A assessoria jurídica do Ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), emitiu uma nota na tarde desta sexta-feira (16), rebatendo uma declaração do advogado do ex-secretário de Estado de Fazenda (Sefaz-MT), Marcel de Cursi, atualmente preso no Centro de Custódia da Capital (CCC). Marcos Dantas disse que o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) “escorraçou” um representante de Maggi durante uma visita ao CCC.
Os advogados do ministro, porém, afirmam que ele não procurou o ex-governador “em nenhum momento”. “Em nenhum momento Blairo Maggi teria procurado o ex-governador Silval Barbosa e, muito menos, enviado emissário, por não existir motivos para isso. Entendemos, por fim, que essas informações inverídicas tem o claro propósito de prejudicar o bom andamento processual”, disse a nota.
A nota da assessoria jurídica do ministro da Agricultura não informa, no entanto, qual processo estaria sendo prejudicado. Silval Barbosa e Blairo Maggi são investigados na operação “Ararath”, que entre outras denúncias, investiga a “compra” de uma vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) por R$ 4 milhões.
De acordo com o advogado Marcos Dantas, além do suposto “emissário” de Blairo Maggi, Silval Barbosa também teria recebido uma visita do senador Wellington Fagundes (PR). Os supostos encontros revelam a suspeita de que, mesmo preso, o ex-governador teria sido pressionado dentro do CCC para não revelar supostos esquemas de corrupção durante sua gestão à frente do Palácio Paiaguás, sede do Poder Executivo de Mato Grosso.
Esse teria sido um dos motivos que levaram a juíza da Sétima Vara Criminal, Selma Rosane Santos Arruda, a determinar a prisão domiciliar de Silval, que afirmou que não se sentia seguro dentro do CCC.
Blairo Maggi e Silval Barbosa já foram grandes aliados na política. Em 2006, Silval se elegeu vice-governador na chapa encabeçada por Maggi no governo de Mato Grosso. Em 2010 ele chegou ao topo do Poder Executivo Estadual após o atual Ministro da Agricultura se candidatar - e ganhar - a eleição para senador naquele mesmo ano.
Em 2010, Silval se reelegeu governador de Mato Grosso, deixando o cargo em 2014. Porém, após escândalos de corrupção apontarem para a participação de ambos - que também pertenciam ao mesmo grupo político -, Silval e Maggi se afastaram, e raramente foram vistos juntos publicamente desde as eleições de 2010.
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