MT: Sem espaço no governo, PV cita arrogância, deixa base de gestão Taques e não deve apoiar reeleição

Foto: Gilberto Leite/Rdnews

Presidente do PV de Mato Grosso, o secretário de Serviços Urbanos de Cuiabá José Roberto Stopa afirma que a sigla está fora da base de sustentação do governador Pedro Taques (PSDB). Por isso, considera muito difícil apoiar a possível candidatura à reeleição do tucano em 2018.

Segundo Stopa, a decisão de romper foi motivada pela falta de espaço na administração estadual. Além de não ocupar cargos, o dirigente explica que o PV também não recebeu oportunidade de contribuir com projetos que considera importantes para o Estado.

“Se não fomos ouvidos, obviamente estamos em posição de independência. Por isso, o PV se dá o direito de escolher melhor caminho para Mato Grosso ano que vem. Consequentemente, vamos conversar com qualquer grupo político disposto a dialogar”, declarou Stopa em entrevista ao , sinalizando aproximação com a oposição liderada pelo PMDB.

Com o afastamento de Taques, o PV segue o mesmo caminho do PP que, embora não tenha oficializado, está fora da base aliada. Ainda assim, o governo ainda conta com a sustentação do PSDB, PSD, PSB, DEM, Solidariedade, PPS, PSC, PRB, PMN, PEN, PSDC e PRTB.

Sobre a dificuldade de apoiar a reeleição, Stopa sustenta que o governo tem cometido muitos erros. Cita como exemplos a dificuldade em negociar o pagamento da Revisão Geral Anual (RGA) dos servidores públicos e a dívida de R$ 162 milhões que quase inviabilizou o funcionamento dos hospitais regionais, municipais e filantrópicos que ainda está sendo paga. “A própria arrogância em tratar parceiros leva o governo ao distanciamento com os partidos”, completou.

Apesar do posicionamento, Stopa afirma que o PV ainda não começou o debate sobre alianças em 2018. A discussão interna deve iniciar somente em janeiro do próximo ano, conforme decisão coletiva do PV. “Pensamos que é muito cedo para começar essa conversa. Nossa preocupação imediata é ter uma boa chapa para deputado estadual e para federal que é nosso planejamento. Vamos brigar pela eleição de três estaduais e pelo menos um federal”, revelou o dirigente.

Stopa também garante que Wancley Carvalho, único representante do PV na Assembleia acompanha o posicionamento partidário. Com isso, o parlamentar se mantém independente e sem dificuldade para votar contra a orientação da base governista caso julgue necessário.

Alianças

Embora seja próximo do prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (PMDB), inclusive ocupando cargo na gestão, Stopa lembra que PV que ainda não iniciou o debate sobre o apoio a eventual candidatura do PMDB ao governo. A sigla também faz parte da base de sustentação na Câmara com o presidente do Legislativo Justino Malheiros e os vereadores Felipe Wellaton, Marcos Veloso e Mário Nadaf que se licenciou e foi substituído por Paulo Henrique .

“Somos respeitados na administração Emanuel Pinheiro. Temos conversando bem com o prefeito, mas não conversamos nada sobre governo ainda. Temos o acerto de no ano que vem conversar com extrema transparência”, pontua.

Outra possibilidade considerada pelo PV é apoiar o ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes (PSB) caso seja candidato majoritário a governador ou senador. A sigla também participou da gestão do socialista com Stopa na pasta que segue no comando.

“Sem dúvida nenhuma, o PV tem grande respeito por Mauro Mendes. Trabalhos juntos, tivemos espaço no governo e ajudamos a construir uma Cuiabá Melhor como estamos ajudando nesta administração. Portanto, temos grande respeito com Mauro Mendes e se ele for candidato a algo estaremos conversando e buscando o entendimento”, concluiu.

Jacques Gosch / RD News