Descontentes com os seis primeiros meses do governo Pedro Taques, os próprios aliados, entre eles o prefeito de Lucas do Rio Verde, Otaviano Piveta, resolveram chamar a responsabilidade para si, na tentativa de ‘salvar’ a gestão, que entra na metade do primeiro ano mal avaliada perante a opinião pública.
Taques, que foi convencido a ‘terceirizar’ seu mandato, inicialmente entregará para a Piveta a gestão nas áreas de Saúde e Segurança, as piores até então, com índices de violência aumentando e hospitais totalmente desgovernados. A medida é vista nas rodas políticas como a admissão de fracasso.
Um dos gestores mais bem avaliados nacionalmente, Piveta que já comandou
a transição em 2014, volta a ser responsável por uma fatia do governo à
partir do
dia 1º de julho, tendo já entrado com licença da prefeitura de Lucas do Rio Verde, que fica sob o comando do vice, Miguel Vaz.
A primeira medida tomada pelo novo chefe do estado, no entanto, já aconteceu antes mesmo dele assumir oficialmente. Em reunião ocorrida na semana passada, Piveta determinou a intervenção nos hospitais regionais de Sorriso e Sinop, e se auto nomeou como presidente interino do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região do Teles Pires.
A ideia do novo gestor é passar a administração dos hospitais para a iniciativa Privada, através de uma PPP. De acordo com alguns prefeitos que participaram da primeira reunião, ficou determinado que o próprio Piveta irá administrar os R$ 160 milhões mensais a serem gastos com os dois hospitais.
Na
prática, sai a Organização Social de Saúde, implantada pelo ex-deputado
Pedro Henry, que se encontra preso, e entra a Organização Otaviano
Piveta, também conhecido pelo rombo de R$ 200 milhões na Cooperlucas.
“Esse consórcio não serve, vamos criar outro consórcio e aí eu sou o presidente”, disse Piveta, logo na primeira reunião, revelando desde já seu estilo 'prático'.
Uma das primeiras medidas a serem tomadas por Piveta no comando da saúde do estado, segundo o vereador, Marlon zanella, é a transferência do Hospital Regional de Sorriso para o Hospital São Lucas, em Lucas do Rio Verde, onde Piveta já investiu R$ 2.2 milhões para a compra de equipamentos.
“Existe essa possibilidade, até porque os equipamentos do Hospital de Sorriso pertencem as OSS's, e estão sendo remanejados para outras unidades da região, com isso o HR de Sorriso fica sem condições de funcionar e o Piveta leva o regional para sua cidade", alertou.
Praticamente todos os 15 prefeitos que compõem o Consórcio Teles Pires, entre eles os de Sorriso, Sinop, Tapurah, Santa Carmem, Cláudia e Vera, estão reclamando nos bastidores que não houve intervenção alguma, e sim um ‘esquema’ acertado entre Piveta e o governador Pedro Taques para ele tomar conta dos R$ 160 milhões, valor previsto a ser destinado aos dois hospitais. Piveta se defende dizendo que sob seu controle os hospitais poderiam angariar mais recursos.
Embora ainda não tenha se manifestado sobre as medidas que tomará em relação a segurança, no geral, o novo estilo de Governar, implantado por Piveta, servirá como um laboratório para o estado de Mato Grosso, que elegeu um governador mas ficará sob o comando de outro, após perceber, através das pesquisas de opinião, que a coisa não estava indo bem.
A estratégia também abre precedente para que o atual governador (de direito) fique mais à vontade para pavimentar sua carreira política com vistas a disputa de 2018, tendo o governador (de fato), Otaviano Piveta, como candidato a reeleição.
Fonte: Muvuca Popular
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