Em Mato Grosso, um deputado estadual ganha até 69% a mais que um federal e 51% a mais que um senador |
‘Representantes do povo’ estão,
aparentemente, longe de passar qualquer dificuldade que a população
encara diariamente. Com mais de 800 servidores comissionados demitidos
da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, parlamentares aproveitam a
‘economia’ de corte de gastos para aumentar os benefícios oferecidos
para cada deputado estadual, tornando o parlamento mato-grossense um dos
mais caros do país.
Com base em dados divulgados pelo site
Transparência Brasil, cada parlamentar do Estado ganha um total de R$
250.822,00 entre salários e benefícios, deixando Mato Grosso entre os
Estados que mais gasta com deputados, perdendo apenas para Roraima, que
tem o custo de R$ 251.160,00 por parlamentar.
Ainda de acordo com o site, este montante
calculado ultrapassa os benefícios de um deputado federal. Segundo o
Transparência, os benefícios recebidos pelos parlamentares federais
varia de R$ 31mil para R$ 108 mil, e de acordo com valores divulgados na
mídia nacional, esse valor corresponde a R$ 143,8 mil. Já para os
deputados estaduais, além dos benefícios oficiais, há os também não
confirmados pela Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, representada
pelo presidente Guilherme Maluf (PSDB).
Em tese, políticos que ocupam cargos
federais custam um valor acima de um estadual, uma vez que devem se
mudar para Brasília para participar das sessões, além de atender
questões que envolvem outras cidades do país, para apreciar projetos de
lei propostos na Câmara Federal ou Senado. Já um deputado estadual não
tem a mesma necessidade de custos, posto que suas funções são ‘mais
restritas’ que as dos parlamentares federais.
Após a determinação do presidente da ALMT,
em aprovar o aumento da verba indenizatória de R$ 35 mil para R$ 65
mil, o que corresponde a 85% de aumento, com a garantia de que os gastos
seriam mais ‘centralizados’, muita polêmica foi gerada e entre elas
está a criação de outros decretos que autorizam mais disponibilidade de
verba aos parlamentares.
Dentro do montante calculado, conforme
publicado em decretos da Assembleia, além dos R$ 65 mil, está o salário
de R$ 25,5 mil de cada deputado, R$ 70 mil em contratações e R$ 6 mil em
verba de gabinete. Também consta uma média de R$ 10 mil em combustível e
R$ 10 mil em passagens aéreas (valor que pode variar com a quantidade
de horas-voo).
Parte deste valor, como as passagens
aéreas, segundo o próprio presidente, seria contabilizada dentro na
verba indenizatória de R$ 65 mil. No entanto, com a ‘mudança de planos’,
a Mesa Diretora preferiu acrescentar mais valores aos parlamentares, o
que diminui ainda mais os investimentos em outros setores do Estado.
Além das viagens, outros gastos que
deveriam ser feitos dentro da verba indenizatória são realizados fora
dela. Segundo uma fonte, a impressão de papéis, por exemplo, deveria
fazer parte do ‘pacote’, no entanto parlamentares preferem consultar o
almoxarifado da Assembleia para confeccionar os materiais de que
necessitam.
Ao todo, foi contabilizado ao menos R$
1,56 milhão gastos por mês com verbas indenizatórias, conforme o decreto
publicado no mês de abril. E estes valores não param por aí. Conforme
divulgado na edição 537 do Circuito Mato Grosso, fontes
revelaram que cada deputado tem cerca de R$ 15 mil disponíveis para o
gasto de mídia. Montante negado pelo presidente tucano, que revelou que
estes gastos são somados em apenas um orçamento. No entanto Maluf
admitiu que aceita ‘sugestões’ de como gastar.
Cerca de R$ 12 mil seriam de investimentos
em fundo de aposentadoria para cada um dos deputados e outros R$ 100
mil, que serviriam para cargos comissionados indicados pelos deputados
para cada gabinete. Ambos os benefícios foram igualmente negados pela
presidência da Casa.
Fonte: Simone Gomes/ Circuito MT
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