No depoimento prestado ao Ministério Público Federal (MPF) em 2 de maio deste ano, o ex-chefe de Gabinete do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) Sílvio Corrêa revela como gravou os cinco vídeos de aproximadamente 22 minutos, em que deputados estaduais ou ex-parlamentares aparecem recebendo ou negociando propina.
A câmera adquirida em São Paulo foi instalada em um pequeno furo no dispositivo da antena parabólica, que ficava dentro da sala, na Governadoria, no Palácio Paiaguás.
Para instalar a câmera e ajustar o enquadramento, Silvio declara ter contado com auxílio de Valdecir Almeida, conhecido como Negão, que é servidor da Assembleia e fazia sua segurança. No entanto, o funcionário só ficou sabendo do objetivo das gravações quando viu a movimentação de deputados estaduais no recinto.
Os gravados recebendo dinheiro foram o prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (PMDB), a prefeita de Juara Luciane Bezerra (PSB), o deputado federal Ezequiel Fonseca (PP), o estadual Zé Domingos Fraga (PSD), além dos ex-parlamentares Jota Barreto (PR), Antônio Azambuja (PP), Alexandre César (PT) e Airton Português (PSD), que estava acompanhado pela irmã Vanice Marques, ex-secretária estadual de Turismo, Baiano Filho (PSDB), Gilmar Fabris (PSD) e Luiz Marinho (PTB), que é irmão do presidente da Assembleia Eduardo Botelho (PSB).
No depoimento, Silvio declara que resolveu gravar os deputados devido à pressão que a Assembleia exercia sobre o governo. Como exemplo, afirma que mensagens do Executivo não eram votadas sem a liberação do mensalinho de R$ 50 mil. As declarações do ex-chefe de Gabinete constam na delação premiada do ex-governador, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no último dia 9.
Jacques Gosch/ RD News
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