 |
| Foto: RD News |
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi (PP), teria apoiado a candidatura do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) depois que o peemedebista concordou em assumir dívidas políticas suas, que ultrapassavam o valor de R$ 70 milhões. As informações constam na delação premiada prestada por Silval à Procuradoria Geral da República (PGR) e homologada pelo ministro do STF, Luiz Fux.
Na sexta (25), o ministro determinou a retirada do sigilo do depoimento e autorizou a abertura de um inquérito para apurar os casos de corrupção em Mato Grosso.
De acordo com Silval, esses esquemas tiveram início em 2006 quando várias construtoras tinham créditos junto ao governo estadual, por decorrências de obras de insfraestrutura, em um valor aproximado de R$ 130 milhões. À época, no entanto, os empreendimentos não tinham orçamento para quitar os débitos. O ex-governador diz que para realizar esses pagamentos, Blairo fez desvios utilizando uma instituição financeira.
Silval e o ex-secretário Éder de Moraes se reuniram, então, com o presidente à época do Bicbanco, José Bezerra de Menezes, onde ficou acordado que o banco concederia empréstimos em favor das construtoras que deviam para o Estado. Depois desse acordo, Blairo e Éder começaram a utilizar esse artifício sempre que fosse necessário quitar algum compromisso da gestão.
A denúncia oferecida pela PGR à Justiça pontua que o Bicbanco não checava formalmente com o governo as informações sobre os pedidos de empréstimo, porque tinha autorização de Blairo para que sempre fizesse os empréstimos a Éder, bastando que ele tivesse apenas com um ofício da secretaria responsável.
O esquema seguiu até 2010, quando depois de deixar o governo para se candidatar ao Senado, Blairo acertou uma forma de que as dívidas com o Bicbanco continuassem a ser liquidadas. “Para isso, ajustou com Silval Barbosa que o apoiaria na eleição para governador, desde que o mesmo assumisse a dívida de R$ 30 milhões perante a referida instituição financeira”, diz trecho do documento.
Pagamento
O documento cita que o pagamento das dívidas de todas as outras pessoas jurídicas com o banco foi realizado pela empresa Trimec, de Wanderley Fachetti Tores. Com isso, a Trimec unificou o débito com o Bicbanco de R$ 30 milhões, o que “facilitou o controle da dívida deixada pelo grupo político de Blairo Maggi”.
A PGR explica que para quitar esse saldo da Trimec com o banco, Silval negociou com os empresários José Geraldo Nonino, Carlos Avalone (atual secretário estadual de Desenvolvimento Econômico) e Marcelo Avalone, todos do ramo de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), para que eles recebessem um crédito tributário para o segmento.
O crédito tributário, na verdade, voltaria em um percentual para os cofres do próprio governo, que repassou um montante de R$ 73 milhões em favor das PCHs para que os proprietários das geradoras de energia, por meio da empresa laranja Dunax, quitassem a dívida de R$ 30 milhões com o Bicbanco.
O documento cita outras dívidas que o ministro deixou para a gestão de Sival, como uma no valor de R$ 40 milhões com um factoring do empresário Valdir Piran. As dívidas foram pagas pelo peemedebista também a partir de vantagens indevidas de empresas prestadoras de serviço em Mato Grosso, cita o documento. Depois dessas constatações, a PGR pontua que os envolvidos cometeram os crimes de corrupção passiva e ativa; operação clandestina de instituição financeira; gestão fraudulenta de instituição financeira e lavagem de dinheiro.
Outro lado
O 
não conseguiu contato com os empresários José Geraldo Nonino, Marcelo Avalone e Wanderley Fachetti Tores. O secretário da Sedec, Carlos Avalone, não atendeu as ligações. A reportagem também entrou em contato com a assessoria da pasta, que até a publicação dessa matéria não se pronunciou. A assessoria do ministro Blairo Maggi negou as acusações. Veja nessa matéria a nota completa do ministro.
não conseguiu contato com os empresários José Geraldo Nonino, Marcelo Avalone e Wanderley Fachetti Tores. O secretário da Sedec, Carlos Avalone, não atendeu as ligações. A reportagem também entrou em contato com a assessoria da pasta, que até a publicação dessa matéria não se pronunciou. A assessoria do ministro Blairo Maggi negou as acusações. Veja nessa matéria a nota completa do ministro.
O ex-secretário Éder negou, na semana passada em entrevista ao , ter cometido qualquer tipo de crime nas gestões Silval Barbosa ou Blairo Maggi.
, ter cometido qualquer tipo de crime nas gestões Silval Barbosa ou Blairo Maggi.
Carlos Palmeira/ RD News
Nenhum comentário:
Postar um comentário