Foto: Arquivo Pessoal |
Nessa semana o entrevistado da Coluna Ping – Pong do Blog
Correio de MT é o vereador de Rosário Oeste, Dr. Marco Araújo (PSDB), que esteve
recentemente visitando a nossa Redação e concedeu uma entrevista exclusiva e
comentou sobre a polêmica da aprovação do RGA e do Piso Salarial dos
professores rosarienses, sendo ele o único a votar contra, enquanto os demais
vereadores votaram a favor, o que causou revolta aos profissionais da Educação
no último dia 30 de junho, chegando ao ponto dos vereadores terem que se
trancar dentro da Casa de Leis para não serem linchados e a Polícia Militar
acionada para conter os ânimos.
Confira a seguir os principais trechos da entrevista de
Araújo, que é o líder do PSDB na Câmara Municipal de Rosário Oeste.
BLOG CORREIO DE MT: Vereador
no último dia 30 de junho, houve aprovação de dois projetos polêmicos pela
Câmara Municipal de Rosário Oeste entre eles, o pagamento proporcional do piso
salarial para os professores e o senhor foi o único a votar contra o mesmo. Por
que desse seu posicionamento? E qual foi o motivo que fez o senhor ser o único
dos 11 vereadores a votar contrário a este projeto?
MARCO ARAÚJO: Então , na última Sessão teve a votação de
dois projeto polêmicos lá na Câmara de Rosário Oeste. O Projeto de Lei 016/2017,
referente ao RGA e este foi aprovado por unanimidade por todos os vereadores.
Já o Projeto de Lei 017/ 2017, referente ao Piso Salarial de 2017 para os
professores teve muita polêmica, porque
foi um projeto encaminhado pelo prefeito para a Câmara dando o piso 2017
para os professores, mas ao mesmo tempo dava com a mão direita e retirava com a
mão esquerda (...). O prefeito [João Balbino] colocou a proporcionalidade nesse
projeto. (...) Hoje os professores de Rosário Oeste recebem o piso e tem
uma jornada de 30 horas, regulamentado por uma lei municipal de 2011, mas já no
piso de 2017, a jornada seria de 40
horas e ele [João Balbino] estaria disposto a pagar proporcionalmente aos
professores, aqueles que trabalhassem 30 horas, receberiam somente o
proporcional a essas horas trabalhadas, rasgando (...) a lei de 2011.
BLOG CORREIO DE MT: Mas
qual foi o principal ponto de divergência entre o Poder Executivo e os
professores? E como no seu ponto de vista, os seus colegas vereadores chegaram
ao consenso de votarem favoráveis ao mesmo e o senhor sendo voto vencido?
MARCO ARAÚJO: Esse
projeto traz muitos pontos de discordâncias
entre os professores e o Executivo e um desses pontos seria em relação a
essa proporcionalidade, já que os professores se baseiam em um ganho de classe
, que eles vem lutando a muito tempo e essa lei de 2011, dá à eles a
legitimidade de fazer as 30 horas semanais e receber o piso normal. Só que o
prefeito se baseou em uma lei do piso de 2008 para pagar proporcionalmente ao
piso de 2017. E essa lei de 2011, foi feita pela Câmara de Rosário Oeste em
cima de Lei Federal de 2008, tanto que em 2012, 2014 e anos subsequentes os
professores vinham recebendo normalmente o piso e aí o prefeito mandou esse
projeto pra lá [na Câmara] e aí virou essa discussão toda.
BLOG CORREIO DE MT: Com
aprovação desse projeto, qual é a perca salarial que os professores de Rosário
Oeste vão ter?
MARCO ARAÚJO: A
perca para os professores é muito grande, porque o piso hoje seria R$ 1,900
(Mil e Novecentos Reais) e com o piso de 2017 seriam quase R$ 2,300 (Dois Mil e
Trezentos Reais), mas pagando proporcional, o salário inicial do professor
seria de R$ 1,720 (Mil e Setecentos e Vinte Reais) aproximadamente.
BLOG CORREIO DE MT: O
senhor votou contra este projeto, o senhor
acha que o prefeito João Balbino usou de má fé ao ter enviado este
projeto do piso para a Câmara Municipal?
MARCO ARAÚJO: Eu
não acredito que seja má fé, mas uma irresponsabilidade muito grande do
prefeito ter enviado essa lei para a Câmara Municipal, que foi aprovada. (...)
Foram nove votos a favor e o meu voto contra e o presidente pela prerrogativa de sua função não votou.
BLOG CORREIO DE MT: O
senhor acha que os seus colegas também foram irresponsáveis ao votarem a favor
do piso proporcional aos professores seguindo teoricamente, uma recomendação do
Poder Executivo?
MARCO ARAÚJO: Eu
acho que cada cabeça tem uma sentença, os vereadores tiveram o entendimento
deles para aprovar essa Lei e eu tive o entendimento contrário. Não quero aqui
julga-los de maneira nenhuma, mas penso que faltou ainda um pouco mais de
diálogo entre a classe dos professores com o Executivo, tanto (...) o Poder
Legislativo intermediar um pouco mais e deveria ter tido mais prazo para se
chegar a um denominador comum, resolvendo esse impasse sem percas para a
categoria e (...) para o Executivo.
BLOG CORREIO DE MT: Foi
noticiado por toda a Imprensa Regional,
que os professores presentes tentaram supostamente agredir os vereadores logo
após a Sessão e que com medo de serem agredidos, todos os parlamentares se trancaram dentro da Câmara Municipal, sendo
necessária a presença da Polícia Miliar para conter os ânimos. Isto realmente
aconteceu?
MARCO ARAÚJO: (...) Eu entrei pra Sessão pela porta da
frente e acabou a Sessão, eu sai pela
porta da frente também. Saí, conversei
um pouco com os professores lá na frente e fui embora e depois (...)
fiquei sabendo disso pela Imprensa que
teve um carro de Polícia lá na frente.
BLOG CORREIO DE MT: O
senhor é o líder do PSDB na Câmara Municipal, que nas eleições teve como
candidato a prefeito o empresário Alex da Boa Saúde. Que foi o principal
adversário do prefeito João Balbino, que disputou a reeleição. Passado o
período eleitoral, hoje, o PSDB é oposição ou atua de forma independente dentro
do Poder Legislativo? Uma vez que o presidente da Câmara, o vereador Benvindo é
do seu partido
.
MARCO AR ARAÚJO: (...)
O meu posicionamento na Câmara Municipal, é a favor da população como nesse
projeto, ouvindo os anseios, (...) como da classe dos professores e
acompanhamos eles. A minha posição na Câmara é de total independência e o que for bom e benéfico ao munícipio terá
o meu apoio incondicional e o que for prejudicial para o município ou para a
classe trabalhadora, eu não vou compactuar.
BLOG CORREIO DE MT: O
prefeito João Balbino foi reeleito, como o senhor na condição de vereador
avalia esse novo período de administração dele a frente do Poder Executivo?
MARCO ARAÚJO: É
difícil fazer uma avaliação de um governo que está reiniciando agora. É um novo
governo, mudou alguns secretários, são novos funcionários comissionados, (...)
está no início de um novo mandato. Então pra eu avaliar se ele está fazendo um
bom ou mau governo, é difícil. Quem tem que fazer essa avaliação é a população,
(...) que tem que avaliar, o que o prefeito está fazendo por ela. (...) Eu
prefiro aguardar a dar uma opinião sobre a administração do prefeito.
BLOG CORREIO DE MT: Pouco
mais de seis meses exercendo o mando de vereador, o que o senhor, enquanto
parlamentar já fez pela população de Rosário Oeste?
MARCO ARAÚJO: Eu
venho travando uma batalha muito grande dentro da Câmara, (...) já conseguimos através
da prefeitura, a construção de uma ponte nas proximidades do “Ivo” que era uma
reivindicação antiga da comunidade, conseguimos iluminação para vários pontos
através do Secretário de Infraestrutura Joa, cascalhamento e entre outras ações
que já fizemos e estamos fazendo (...).
BLOG CORREIO DE MT: Então
o prefeito João Balbino tem atendido suas indicações sem levar em consideração
o seu posicionamento dentro da Câmara Municipal? E o senhor tem exercido o seu
papel de fiscal do povo?
MARCO ARAÚJO: Muitas
coisas que já pedimos ao prefeito, ele tem nos atendido e também tem muitas
coisas que a gente tem solicitado, não fomos atendidos. E essa questão da
fiscalização, estou tendo muita dificuldade, tanto para fiscalizar a própria
Câmara como para fiscalizar a Prefeitura. A Câmara desde janeiro (...) não
publica nada no Aplic e a Prefeitura a mesma coisa. Fica difícil a gente como
vereador fiscalizar, se não temos os dados
nas mãos tanto referentes ao Aplic como aos balancetes e (...) hoje isso não vem sendo feito nem pela Prefeitura
e nem pela Câmara.
BLOG CORREIO DE MT: Já
que não há uma prestação de contas por parte da Prefeitura e da Câmara
Municipal, por que o senhor na condição de vereador e representante do povo,
não acionou o Ministério Público Estadual e o Tribunal de Contas do Estado?
MARCO ARAÚJO:
Estamos nesse caminho e vai ser a única saída, tanto o Ministério Público como
o Tribunal de Contas. Já estamos formulando e temos várias denúncias que vamos
encaminhar a essas instituições.
BLOG CORREIO DE MT: Ao
oficializar essas denúncias, o relacionamento com seus colegas vereadores e o
prefeito João Balbino não poderá ficar estremecido? O senhor não teme
represálias?
MARCO ARAÚJO: Quando
me convidaram para ser candidato, um dos pontos que coloquei , (...) que eu
seria um vereador que iria fiscaliza-los e que não teria acordo para passar mel
na minha boca, porque eu estou na Câmara para servir aos interesses do povo e o
povo quer isso (...), pois estamos numa situação hoje no país, em que estamos
cansados de corrupção e em Rosário Oeste não é diferente. Nós temos essa bandeira de fiscalizar tanto a Câmara como a
Prefeitura (...).
BLOG CORREIO DE MT: Considerações
finais.
MARCO ARAÚJO: Gostaria
de agradecer a oportunidade, que o Blog Correio de MT está nos dando para falar
tanto aos professores como com a população rosariense e gostaria até de usar a
palavra do Ministro Benjamin do TSE no julgamento da chapa Dilma-Temer, quando
ele disse que participou do velório, mas ele não carregou o caixão. Eu
participei do velório lá na Câmara, mas o caixão da Educação, eu não carreguei
(...).
Marcos Lopes Nobres/
Blog Correio de MT
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